O que fazer para prevenir problemas renais
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), estima-se que mais de 10 milhões de brasileiros tenham algum grau de disfunção renal.
Esse cenário ilustra a importância das pessoas colocarem os cuidados
com os rins como prioridade. Para Leon Gilson Alvim Soares Jr.,
nefrologista do Hospital Santa Marcelina, um simples exame de urina deveria ser feito pelo menos uma vez por ano para ajudar a prevenir a incidência de doenças renais.
“O exame de urina nos diz se há perda de proteína, glicose, sangue, pus
e bactérias. Também é analisada a dosagem de creatinina, uma substância
que existe no organismo. Quando ocorre um aumento nas taxas de
creatinina, é sinal de que há uma diminuição da capacidade de filtração
dos rins, levando a sérios problemas”, explica. O nefrologista
ressalta ainda que há a ecografia (ou ultrassonografia) dos rins ou do
abdômen, que pode demonstrar a presença de cálculos, sinais de obstrução
das vias urinárias e alterações na forma e tamanho do rim.
Os rins podem ser afetados de muitas formas, desde uma infecção urinária até a insuficiência renal crônica, cuja única forma de cura é o transplante renal. De acordo com o especialista, as enfermidades mais comuns que levam à insuficiência renal crônica são a diabetes mellitus e a hipertensão arterial sistêmica.
“Condições como essas sem o devido tratamento podem acarretar lesões
parciais ou até mesmo ter que partir para o tratamento dialítico e
posterior transplante renal. O controle glicêmico e pressórico
são de grande importância para evitar complicações destas patologias,
além da aderência do paciente à dieta, atividades físicas e uso regular
dos medicamentos”, orienta Leon.
Todos esses cuidados são imprescindíveis no sentido de evitar a
perda das funções renais, a ponto de chegar à necessidade do
transplante. É importante saber que este procedimento tem sido
cada vez mais frequente no Brasil e proporciona a volta da qualidade de
vida do paciente, exigindo dele muito comprometimento e disciplina para
que o novo órgão não sofra rejeição. Para isso, o uso de
medicamentos imunossupressores é indicado, como o sirolimo, que inibe a
proliferação celular e a produção de anticorpos. Esta substância liga-se
a uma proteína intracelular formando um complexo que inibe a ação da
mTOR (Mammalian Target of Rapamycin), resultando na supressão do sistema
imunológico e impedindo assim a rejeição.
A sabedoria popular ensina que “melhor prevenir do que remediar”. Portanto, é preciso que as pessoas conheçam os sintomas de complicações renais para identificá-las e, assim, procurar o médico o quanto antes.
O rim pode ser afetado por doença de origem imunológica, inflamatória,
infecciosa, neoplásica, degenerativa, congênita ou hereditária. O
primeiro passo é observar a urina, seu volume, sua cor, seu cheiro e a
maneira como é eliminada (jato). Demais queixas sem justificativas como
dor e ardência ao urinar, dor nas costas, pressão alta, edema nas
pernas, cólica renal, pele pálida e seca, anemia, falta de apetite,
náuseas, vômitos, entre outras* também podem significar algum problema que precisa ser avaliado.
Como métodos preventivos, exames de urina periódicos são indicados
para pessoas com história familiar de doença renal, diabete e
hipertensão (além daquelas que já possuem esses males). Também é
recomendado evitar o uso exagerado de drogas tóxicas para os rins, como
os antiinflamatórios.
“Beber muita água faz bem para o
organismo, hidrata, melhora o funcionamento do intestino e é saudável à
pele. O volume maior de água impede a formação de cálculo renal, lava as
vias urinárias afastando o risco de infecção e desidratação – que pode
ser causadora da insuficiência renal aguda”, alerta Leon.
Sobre os rins
Os rins recebem 20% do sangue bombeado pelo coração. Todo este
fornecimento permite que eles realizem diversas tarefas fundamentais
para o bom funcionamento do organismo: regular a composição e a pressão
sanguínea, remover resíduos (uréia, amônia, drogas, substâncias
tóxicas), manter constantes o volume de água e o nível de cálcio do
corpo; e conservar as concentrações contínuas de ácido/base sanguínea e
dos vários íons e outras substâncias importantes.
Algumas das principais doenças que podem afetar as funções renais são:
nefrite, infecção urinária, cálculo renal, obstrução urinária,
insuficiência renal aguda, insuficiência renal crônica, tumores renais,
doenças multissistêmicas, doenças congênitas e hereditárias e
nefropatias tóxicas.
*Conheça os principais sintomas das doenças renais |
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